sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Pirabenses comemoram aprovação na UFPA

Alo, alô, alô papai, alô mamãe....!!! a vitrola tocou na manhã de quinta-feira, 25, coroando a dedicação e o esforço dos estudantes aprovados para os cursos de graduação da Universidade Federal do Pará. O resultado encheu as cidades de fogos, confetes, trigo e ovos para comemorar a aprovação dos calouros.
Em Pirabas a vitrola também tocou para a felicidade de muitos estudantes, enchendo as famílias, professores e amigos de orgulho. Nas redes sociais muitos “posts” receberam curtidas e compartilhamentos, registrando a euforia pelo acesso à tão sonhada academia.

 
Calouros do cursinho Ópera comemoram aprovação
Entre os aprovados, indiscutivelmente o que mais teve repercussão foi a aprovação de Vitor Benendito para o curso de engenharia de produção e exploração de petróleo. Vitor é portador de uma paralisia que limita sua coordenação motora e a articulação da fala, mas não comprometeu sua capacidade cognitiva.  Com esforço e a dedicação de sua genitora, sempre buscou integrar-se a vida social, participando de trabalhos escolares, cursos entre outras atividades que o ajudaram a superar as dificuldades.

Vitor Benedito, exemplo de dedicação e superação

Professores, amigos e familiares externaram orgulho e felicidade pela aprovação de Vitor. A diretora do Francisco Nunes, escola onde Vitor concluiu o ensino médio postou em sua página no fecebook “Foram 03 anos que passou conosco e hoje nos deixa uma grande lição: nunca devemos subestimar o outro. Nós, da família Chico Nunes estamos muito felizes por sua aprovação”. Êxito compartilhado com dona Lina, a mãe de Vitor.  “Parabéns também a essa guerreira que foi sua mãe: Lina. uma mulher corajosa e lutadora". publicou a professora Marta Araujo.

O blog parabeniza a todos o calouros da UFPA 2018! Sucesso!

domingo, 21 de janeiro de 2018

Sincretismo. Rei Sabá e São Sebastião, as personalidades do mês em Pirabas





oferendas á Pedra Mística do Rei Sabá.Foto: Rovilson Sousa
São João de Pirabas é a terra onde o rei, o santo e o orixá se encontram. A data é comemorativa a Sebastião, tanto o monarca lusitano quanto ao mártir católico, que para os povos afro amazônidas é Oxossi.
É no dia 20 de janeiro que o município pesqueiro no nordeste paraense recebe centenas de pessoas entre religiosos, turistas, estudantes, além do povo nativo que se mobiliza dias antes para a celebração ao mítico Rei Sabá, representado por uma pedra natural esculpida em cima de um platô de pedras cenozoicas, que guardam ainda um sitio paleontológico, na praia do castelo, ilha da Fortaleza.
Umbandistas em procissão com a imagem de São Sebastião
A festa teve inicio no final da tarde de sexta-feira (19) com a procissão dos adeptos de religiões de matriz africana saindo da residência da mãe de santo “Rita de Oxossi”, no bairro do União, para a igreja Matriz, onde foi realizada a missa em celebração a São Sebastião, soldado cristão, morto por ordem do império romano no século III. A procissão e a missa representam a tolerância e o respeito à diversidade religiosa na Amazônia. Para o filho de santo Jucival Dias "esse ato simbólico é a demonstração de que num país multifacetado como o Brasil, é possível a harmonia e o respeito entre as religiões". 
Irmanados na mesma devoção a Sebastião, o soldado mártir
Durante o sábado pela manhã nem mesmo a chuva desmotivou a vontade do povo de atravessar para o outro lado da baia e passear pelas tranquilas águas do rio Pirabas, contemplando a beleza dos manguezais e das praias típicas do litoral paraense.
A festividade do rei Sabá na praia da Fortaleza, assim como acontece em todas as festividades, tem dois momentos: o profano e o sagrado.
Os tradicionais batuques quebram o silêncio da ilha
Para chegar a onde está a pedra monumento ao Rei Sabá, o visitante pode optar pelo serviço de moto taxi ou se preferir, fazer uma caminhada de aproximadamente de 3 km. Tempo e distância que podem ser bem aproveitados para meditar e contemplar as belezas do lugar.
Segundo estudiosos, a celebração neste lugar possui registros dos tempos do Brasil imperial, pois navegantes que viajavam pela costa do Pará registraram em seus diários de bordo, a existência de algum tipo de manifestação onde está pedra do Rei Sabá. Porém, não se sabe a quem, naquela época, a celebração era devotada. A festividade como a conhecemos nos dias de hoje é mais recente, vem do final da década de 60, inicio dos anos 70.
Música e dança fazem parte do ritual aos encantados 
É nesse platô de pedras, que se sobressai uma outra, que antes de sofrer reparos em sua base, do ponto de desembarque na praia, ao ser avistada tinha-se a impressão de um homem sentado de costa para o mar em sentido de meditação. Para os umbandistas e adeptos da pajelança cabocla, trata-se de um rei, o monarca da dinastia de Aviz, que após ser derrotado pelos Mouros no norte da África, entrou num portal da encantaria e veio parar no litoral brasileiro, onde segunda a lenda, construiu duas moradas; o seu trono na praia do castelo, ilha da fortaleza em Pirabas e seu palácio nos lençóis maranhenses.
Os grupos religiosos cantam, dançam e fazem oferendas depositando bebidas, frutas, cigarros, bombons entre outros objetos na pedra que acreditam ser o rei encantado. Outros monumentos também recebem visitas, mesmo quando a ação do tempo e o vandalismo encarregam-se de destruir algumas estátuas que faziam parte do complexo.
O lado profano da festa tem no carimbó o seu principal ritmo
Após o ato religioso a festa continuou com apresentação de grupos folclóricos da região com os ritmos carimbó e também de musica mecânica com os singles do momento. Muita gente aproveita para ganhar uma renda extra com vendas de frutas, bebidas e comidas típicas.

Fotos: Rovilson Sousa
Parceria com site diaenoiteporai

      

sábado, 20 de janeiro de 2018

RELIGIOSIDADE. Ato ecumênico celebra São Sebastião

Foto: Rovilson Sousa
Católicos e adeptos das religiões afro amazônidas realizaram um ato ecumênico em louvor a São Sebastião, em missa celebrada na noite de sexta-feira (19) após a imagem do “santo” ser conduzida em procissão até o altar da igreja matriz.
Na missa o pároco local falou das qualidades do soldado cristão, que mesmo condenado a morte não negou sua fé.
Para o filho de santo Jucival Dias "esse ato simbólico é a demonstração de que num país multifacetado como o Brasil, é possível a harmonia e o respeito entre as religiões". 

Presente ao evento, o secretario municipal de cultura Rodrigo Ramos afirmou que "enquanto a intolerância religiosa faz milhões de vítimas pelo mundo, Pirabas dá exemplo de que é possível a convivência pacífica, mesmo havendo diferenças".

Fonte: SEMELC

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Sincretismo e religiosidade na festa ao Rei Sabá, em São João de Pirabas, onde santo e rei se encontram.

Complexo místico da pedra do Rei Sabá. Local é considerado
sagrado por adeptos dos cultos afro amazonidas.
Foto Arquivo: Paulinho Pinheiro 
 
Logo mais as 17h00 começarão as celebrações ao mítico “Rei Sabá”, abrindo o calendário cultural no município de São João de Pirabas.
No final da tarde de hoje, uma procissão sairá das proximidades da sede do Clube de Regatas União em direção a igreja Matriz, onde o pároco local abençoará a imagem de São Sebastião, mártir da igreja católica no século III, que será conduzida em um andor em forma de uma embarcação, onde estará assentada a replica da imagem do mártir, representando o momento em que recebeu as flechas que atravessaram seu corpo, como sentença de castigo, ordenado pelo imperador romano Diocleciano, no ano 286 d.c.
A procissão é tida como um momento de celebração entre as religiões, onde católicos e adeptos das religiões de matriz afro se encontram numa demonstração de respeito pela diversidade e tolerância religiosa. Após o ato ecumênico, uma roda de tambores será a atração cultural da noite no complexo “Maria Pajé”.
No sábado pela manhã acontecerá a tradicional peregrinação a praia do castelo, na ilha da fortaleza, onde está pedra do rei Sabá e as estátuas das princesas turcas Mariana e Jarina e ainda a de Yemanjá e do cabloco Zé Raimundo, que compõem o complexo místico localizado em cima de um cemitério paleontológico.
A pedra do Rei Sabá em Pirabas, como apontam estudos antropológicos, confirmam a associação ao monarca da ultima dinastia de Aviz, que desapareceu na batalha de Alcer-Quibir, no norte da África quando tentava retomar o território ao domínio cristão, em 1577.

Para os míticos amazônidas, rei Sebastião é o protetor dos encantados, para a gente simples de Pirabas é um provedor de boas pescarias, cura de doenças, proteção entre outras manifestações extraordinárias do imaginário coletivo local, contadas em verso e prosa pelos artistas da terra.